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Metaverso e o futuro da Administração

Ninguém tem dúvidas de que o mundo vive constantes transformações, principalmente no meio tecnológico. Um dia desses, conversávamos – nos canais do CFA ou nos eventos promovidos pelo Sistema CFA/CRAs – sobre a quarta revolução industrial e de como a inteligência artificial, big data, internet das coisas e nuvem, por exemplo, estavam mudando a produção, a educação e a forma de fazer negócios. Piscamos os olhos e já estamos em plena revolução 5.0: colocar todas essas tecnologias a serviço das necessidades humanas.

Tudo isso ganhará ainda mais força após o recente leilão do 5G realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Vamos aprofundar a discussão sobre esse assunto no próximo artigo, mas já adianto que a licitação dos lotes da faixa de frequência 26 gigahertz (GHz) tornará a nova geração de internet móvel ainda mais veloz, favorecendo o uso das tecnologias na vida pessoal e profissional.

Pensa que acabou por aí? Recentemente o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou que irá investir US$ 50 milhões no metaverso. E não apenas isso: ele mudou o próprio nome da rede social que fundou para META, o que demonstra ainda mais o interesse dele por esse modelo de negócio e na aposta para o futuro. A Microsoft também avisou que entrará nesse ambiente. Você sabe o que isso significa? Significa que, em breve, vamos viver um outro nível de realidade virtual.

É estranho, a princípio. Parece até cena de filme de ficção científica, mas não é. No metaverso, a realidade será replicada por meio de dispositivos digitais. Como será isso na prática? Imagina você, no conforto da sua casa, assistir a um show musical. Não estamos falando das lives artísticas que viralizaram na pandemia. Por meio da realidade virtual aumentada, será possível “estar” no evento e viver experiências únicas.

Seremos “teletransportados” para ambientes virtuais muito mais rápido do que imaginamos, ainda mais com a crise sanitária mundial da Covid-19, que acelerou o processo e nos introduziu a tecnologias que ainda não faziam parte do nosso cotidiano. Mas, como isso se dará no mundo do trabalho? Bom, certamente esse já é o futuro e, sem dúvidas, vai impactar significativamente nas profissões e na forma como nos relacionamos e fazemos negócios.

Nas redes sociais, Zuckerberg falou que “no futuro, trabalhar juntos será uma das principais maneiras de as pessoas usarem o metaverso”. Sabe a reunião on-line com a equipe naquelas plataformas digitais? Agora ela poderá ficar ainda mais real. Não basta mais olhar passivamente para os colegas pelas lentes da câmera de um smartphone ou computador: o metaverso possibilitará a nossa interação de forma muito mais imersiva.

Tudo isso parece maravilhoso – e de fato a tecnologia, se usada com bom senso, é extremamente benéfica –  mas é preciso refletir sobre como isso impactará as nossas relações pessoais e profissionais. Não restam dúvidas de que o futuro, que viria a galope, está vindo de avião. Ele está logo ali e precisamos estar prontos para quando tudo isso chegar. Se perdeu o artigo anterior onde fazemos uma análise crítica sobre o impacto do excesso de tecnologia, clique aqui e confira.

Domenico Di Masi, em tom profético, já nos alertava sobre esse futuro disruptivo. O sociólogo italiano falou que o mundo do trabalho terá três tipos de profissionais: os criativos, que serão os mais demandados; os executivos, que vão competir com a inteligência artificial; e os nadas, que estarão fora do mercado de produção e consumo.

Portanto, nós, administradores, líderes, gestores e empreendedores, precisamos compreender melhor o metaverso a fim de nos anteciparmos aos possíveis cenários que serão desenhados daqui para frente. Estamos em um mundo disruptivo e é urgente estarmos prontos para sobrevivermos a essas rápidas transformações.

Se quisermos estar no primeiro grupo citado por Di Masi, vamos ter que inovar abruptamente e disruptivamente, tal como é o atual mundo do trabalho.

 

Adm. Mauro Kreuz

Presidente do Conselho Federal de Administração

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